22/08/2024

August 22, 2024 • Tempo de leitura: 16 minutos

continue a nadar

bom dia. se tem uma coisa que pode ser tão bacana quanto fazer algo pela primeira vez, é a constância. lembre que, no futuro, só existe aquilo que colocamos no agora.

MUNDO
Ford desacelera investida em carros elétricos

(Imagem: WSJ)

Recalibrando a estratégia dos EVs. A Ford está cancelando o projeto de um novo SUV totalmente elétrico, uma mudança que pode lhes custar cerca de US$ 1,9 bilhão.

Além disso, a montadora vai adiar a nova versão de sua melhor picape elétrica, a F-150, e reduzir os gastos com EVs de 40% para 30% de suas despesas anuais.

O que está por trás disso? Uma demanda mais fraca que o esperado nos EUA, com consumidores preocupados com o preço alto dos veículos e com a dificuldade de encontrar locais para carregá-los. O hype se foi...

Para se ter uma ideia, mesmo com as vendas de modelos totalmente elétricos aumentando 6,8% no primeiro semestre, isso representa uma desaceleração em relação ao crescimento de quase 50% em 2023.

Em compensação, a venda de carros híbridos cresceu 43% no país entre janeiro e março. Observando isso, a Ford decidiu oferecer versões híbridas de grandes SUVs, categoria que inclui Explorer e Expedition.

The Big Picture: As montadoras estão tentando encontrar um equilíbrio entre as regras mais rigorosas sobre a emissões de carbono enquanto lidam com a rápida ascensão dos fabricantes de EVs chineses — que têm custos mais baixos.

BRASIL
1/3 da vegetação natural do país já não existe mais

(Imagem: Paralaxis)

“Sumiu". Desde que os portugueses chegaram por aqui em 1500, o Brasil perdeu mais de 33% de suas áreas naturais.

Até 1985, o nosso país já tinha perdido 20% de suas áreas naturais. Entre 1985 e 2023, esse número subiu para 33%, ou seja, 110 milhões de hectares foram destruídos. (1hectare = 1 campo de futebol)

  • Quando perdemos vegetação como florestas, rios, praias e dunas, o clima pode mudar para pior e aumentar os riscos de desastres naturais.

Metade da perda da nossa área natural aconteceu na Amazônia, que, sozinha, perdeu “uma França inteira”. Na região, a seca torna ainda mais graves os efeitos das queimadas e do desmatamento ilegal.

Falando em seca…

O Brasil está passando por uma de suas piores crises hídricas da história, e a previsão é de um volume de chuvas 50% menor do que o normal para o restante do ano.

Enquanto o consumo de energia pode aumentar com esse inverno fake temperaturas acima da média, as hidrelétricas — de onde vem a maior parte da nossa eletricidade — vão ter menos água.

Para não termos apagões em horários de pico, o governo está cogitando acionar as usinas termelétricas, que funcionam com queima de combustíveis e são bem mais caras para funcionar. No fim do dia, isso tudo significa que a conta de luz pode ficar mais cara.

TECNOLOGIA
Pular de um vídeo para o outro não te tira do tédio…

…Muito pelo contrário. Pegar o celular e rolar o feed indo de um conteúdo para o outro só para se livrar do tédio gera, na verdade, o efeito totalmente inverso.

Uma pesquisa mostrou que assistir a vários vídeos curtos para se entreter — chamado de digital switching — só vai te deixar mais entediado, justamente pela falta de concentração.

Explicando melhor… Quando você pula de um vídeo para o outro, você não se envolve a fundo com o conteúdo que aparece. Logo, sua atenção não é retida o suficiente e você não fica satisfeito.

O tédio está ligado à atenção que colocamos em algo, e as pessoas que assistem a vídeos mais longos — mesmo que fazendo uma forcinha para isso — se sentem mais “ocupadas” no geral.

A relevância: No longo prazo, o tédio pode levar a problemas como ansiedade e depressão. Isso no momento em que o ser humano se concentra cada vez menos no que passa numa tela.

  • 2002: Média de 150 segundos de atenção;

  • 2024: Média de 47 segundos de atenção.

Para a Gen Z (1997-2012), o tempo de atenção chega aos 8 segundos. A geração com os maiores índices de ansiedade é também a mais entediada. Coincidência?

No fim do dia, a descoberta pode levar plataformas a tentarem manter os usuários engajados por mais tempo, como o TikTok, que passou a permitir vídeos de 10 min e o X, que também tem apostado nos vídeos longos.

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NEGÓCIOS
Todos querem uma fatia do YouTube de video ads

(Imagem: Spotify)

O Spotify está colocando cada vez mais energia nos vídeos da sua plataforma, tentando se afastar de ser somente “a grande plataforma de áudio”.

Os esforços já resultam em mais de 250 mil podcasts em vídeo no app, um aumento de 150% em relação a 2023.

 

Qual a lógica por trás? Primeiro, considere que o Spotify perdeu para o YouTube o título de plataforma mais popular para consumo de podcasts nos EUA, indicando o interesse do público em podcasts com imagens.

Mas, além disso, a companhia está de olho em um mercado gigante: video ads. Esse é o maior esforço do time comercial do Spotify nesse momento. Pelo menos é isso que mostra o atual media kit vazado da empresa.

Os números do mercado explicam o movimento:

Para ajudar ainda mais nesse pitch, o Spotify apresentou dados de um estudo que mostrou que seus anúncios em vídeo prendem a atenção dos usuários por 2x mais tempo do que ads no Instagram, Reddit e TikTok.

Ao combinar os anúncios de áudio e vídeo, a empresa sueca afirmou que aumenta a intenção de compra em 27% e as vendas incrementais em 66% em comparação com apenas áudio.

A receita de ads do Spotify em 2024 deve ser de US$ 2 bilhões, representando 12% do faturamento — a meta é 20%. Comparando, o YouTube gerou US$ 8,6 bilhões em ads apenas no 2º trimestre. Way to go, Spotify…

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Brasil lidera quando o ranking é ansiedade

O Brasil está em primeiro lugar no ranking de países com pessoas que sofrem de ansiedade, segundo a OMS. E a gente quer saber:

Você se considera ansioso?

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Agora, imagine que, além de ansioso, você toma energéticos que não vêm de fontes naturais. Esses estimulantes pioram sua ansiedade e, a longo prazo, sua saúde física.

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ECONOMIA
A China está ferrando o minério…

O minério de ferro foi a commodity que melhor performou no acumulado desde os anos 90, com ganhos superiores a 1.000% — principalmente pelo boom chinês nos últimos 25 anos.

(Imagem: Bloomberg)

A festa parece estar chegando ao fim. Pense que a China já fez as suas principais obras de infraestrutura e já construiu prédios e mais prédios, à medida que sua população disparava.

Agora, já com características de país mais desenvolvido, e não mais como aquele país emergente, a quantidade e velocidade das obras diminuíram.

  • Os números não mentem: a demanda caiu. O custo do minério está abaixo da faixa dos US$ 100/tonelada. Isso é 55% menos do que o pico histórico, em 2021. Aprofunde se quiser.

Qual a relevância? O minério de ferro é o 3⁠º produto que mais exportamos, enquanto a China é o principal destino das nossas exportações: foram mais de US$ 100 bilhões exportados em 2023.

Na prática, mais do que causar a queda do preço do minério, a desaceleração da demanda chinesa significa uma menor demanda especificamente do nosso principal “cliente”.

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