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SUNDAY'S EDITION (13/07)

Bom dia! A partir de hoje, o seu jornal favorito ganha uma edição aos domingos. Para muitos jornais ao redor do mundo, a edição dominical é a mais tradicional de todas.
🗞️ O The New York Times, por exemplo, tem uma circulação 6% maior aos domingos do que nos dias úteis. Chegou a nossa vez.
O que esperar? Uma grande história ou assunto, livros para ler, lugares para ir, receitas para fazer, as principais notícias do dia, e algumas outras coisas.
Sempre com nosso tom, do jeito que você já gosta. Diferente dos dias da semana, essa não é feita para ser lida em 5 minutos.
Portanto, recomendamos que prepare seu café da manhã, acomode-se em um lugar confortável e comece sua leitura com calma.
Ao final, você sairá mais inteligente, interessante e, certamente, será uma companhia melhor para o almoço de mais tarde.
🔥 STREAK: mantenha sua sequência diária clicando aqui.
BIG STORY

(Imagem: Marco Bertorello (AFP)
A corrida mais desafiadora do mundo
Todo mês de julho, quase 200 ciclistas cruzam a França em uma jornada de 3.300 km, queimando mais de 120 mil calorias ao longo de 21 etapas.
O chamado “Tour de France” sempre foi considerado uma das provas esportivas mais difíceis do mundo, mas, recentemente, vem se tornando também um dos negócios mais lucrativos do esporte.
Com um modelo de negócios paradoxal, não há venda de ingressos, nem divisão da receita com os times — que gastam mais de US$ 50 milhões para disputar uma premiação de apenas US$ 3 milhões.
Como é que é? Você leu certo. Uma equipe do Tour gasta 10x mais do que pode ganhar, caso seus atletas vençam a prova.
De jornal de bairro a fenômeno global
A origem do Tour parece saída de um roteiro: em 1903, o jornal L’Auto criou a corrida como uma jogada desesperada para competir com o líder do mercado, o Le Vélo.
A ideia partiu de um repórter de 26 anos: um desafio ciclístico de 1.500 milhas pela França.

Uma edição do jornal L’Auto com o Tour de France de capa. Foto de Jack Elton-Walters
Deu certo. A circulação do jornal triplicou, o Tour virou anual, e os franceses passaram a acompanhar de perto a saga de atletas que pedalavam de Paris a Lyon, Marseille e Bordeaux — muitas vezes de madrugada, carregando seus próprios pneus sob os ombros.
(Parêntese) Aparentemente, os franceses são mestres em ideias muito fora do core para alavancar negócios. Em 1900, um francês de uma marca de pneus inventou um guia de restaurantes que domina o mundo até hoje.
A profissionalização veio em 1965, quando a família Amaury assumiu o evento e fundou a ASO (Amaury Sport Organisation), que comanda o Tour até hoje. Sob nova gestão, a prova se tornou um show de mídia quase bilionário.
Comparativo de audiência:
Se você acha que o jogo do Fluminense contra o Chelsea foi assistido por muitas pessoas na Globo, saiba que os ciclistas ganham — de muito — da Premier League, da NBA e até do Super Bowl.
O Tour só perde para a Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos:
Evento | Audiência estimada |
---|---|
Copa do Mundo (FIFA) | +5 bilhões de espectadores acumulados (2022) |
Jogos Olímpicos | ~3 bilhões de espectadores acumulados |
Tour de France | ~2 bilhões de espectadores acumulados |
A matemática para faturar R$ 800 milhões sem bilheteria
Boa parte do que você ouve falar sobre a França ser um dos países mais “charmosos” do mundo pode vir dessa simples corrida de bicicletas.
Começando pela largada, ou o Grand Départ. A cidade escolhia paga de US$ 10 milhões para ser a anfitriã. As etapas subsequentes variam de algumas centenas de milhares de dólares.

Para a cidade compensa… Pense que, além da visibilidade global, os visitantes consomem localmente — sem precisar pagar ingresso.
A transmissão é global, vai para mais de 190 países em 100 canais diferentes e muita gente assiste. O valor de um contrato gira em torno de US$ 75 milhões.
Só a TV pública francesa paga US$ 25 milhões por ano.
Fun fact: Filmar os ciclistas exige ao menos 260 operadores de câmera, 35 caminhões técnicos e 6 helicópteros — ou aviões.
Por último, mas não menos importante… Tudo é patrocinado e tudo tem marca. A famosa jersey amarela, usada pelo atleta líder do dia, custa US$ 12 milhões ao banco LCL.

A prova possui 21 etapas, que são disputadas em 24 dias, e o líder de classificação geral no início do dia sempre começa a prova com uma camisa amarela.
As tendas, pórticos infláveis e até os carros da famosa “caravana publicitária” (que distribui brindes ao público antes da largada) também são patrocinados. Mais de 30 marcas participam por valores de seis dígitos.
Os times gastam milhões… e não recebem nada da organização
As equipes são empresas privadas que se bancam com dinheiro de patrocinadores — muitas vezes, bilionários apaixonados por ciclismo.
Cada uma das 23 equipes do Tour tem um orçamento próprio, que pode variar de US$ 15 milhões a US$ 75 milhões.
O salário dos ciclistas representa até 75% do orçamento. Um líder como Tadej Pogačar pode ganhar mais de US$ 5 milhões por ano.
O resto vai para staff (médicos, mecânicos, cozinheiros), equipamentos (cada ciclista tem até 6 bicicletas de US$ 15 mil) e uma estrutura itinerante que inclui ônibus, caminhões e até purificadores de ar.
Sem participação nas receitas de TV ou patrocínio do evento, os times apostam tudo na visibilidade para manter seus patrocinadores.
Muitas vezes, um ciclista entra em fuga solo não para vencer, mas para garantir minutos de TV — e renovar o contrato do time. Assista um exemplo.
Um verdadeiro império sob rodas de margens altíssimas

(Imagem: Marco Bertorello (AFP)
O Tour de France é um negócio quase sem custo para sua organizadora, já que as cidades arcam com suas despesas. A premiação total distribuída é inferior a 2% da receita.
Um dos modelos mais eficientes e duradouros do esporte mundial, que sobreviveu a duas guerras mundiais e crises econômicas, sem nunca ter vendido um ingresso.
Para assistir: A etapa de hoje começa às 08:25 e pode ser assistida pela ESPN e Disney+. A série “Tour de France” da Netflix também é muito interessante.
MANCHETES DO DIA

(Imagem: Prefeitura de SP | Reprodução)
→ Timing perfeito ou ironia do destino? Edifício da Prefeitura de São Paulo aparece com iluminação em cores da bandeira americana
→ São Paulo é o principal afetado por tarifas de Trump, com 34% das exportações aos EUA. Sudeste é responsável por +70%. Tarcísio pede prioridade na negociação
→ Na volta do Brasileirão, Flamengo vence São Paulo, Galo perde para o Bahia no último minuto e Botafogo vence Vasco
→ Depois de pedido de Boulos, TCU aponta possíveis problemas à viagem de Eduardo Bolsonaro aos EUA
MUNDO

(Imagem: Ken Cedeno | Reprodução)
→ Kraft Heinz pode ser só Heinz em breve. A empresa dos famosos ketchups está se splitando do braço Kraft, criando uma empresa nova empresa de molho de US$ 20 bilhões
→ O Moulin Rouge, em Paris, voltou a girar suas pás após 14 meses, marcando a recuperação do símbolo cultural francês
→ Bicicleta: Swiatek massacra Anisimova, repete resultado de 1911 (6-0, 6-0) e é campeã de Wimbledon pela 1ª vez
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
→ Tabagismo: Para cada R$ 1 de lucro da indústria, o país gasta R$ 5 com doenças provocadas pelo tabaco, totalizando perdas anuais superiores a R$ 150 bilhões. No ano passado, houve crescimento de 30% no número de fumantes.
→ Evidências sugerem que neandertais esmagavam e ferviam ossos para extrair nutrientes já há 125 mil anos. Aprofunde.
→ O Gemini do Google agora pode transformar fotos em vídeos. Assista.
→ “Medicamentos como Ozempic, usados para diabetes e perda de peso, podem dobrar o risco de degeneração macular em pacientes diabéticos.” A conclusão vem de um estudo que analisou 46 mil diabéticos que usaram medicamentos GLP-1 por pelo menos seis meses.
NOTAS DE DOMINGO
"Remédio para um doido é um doido e meio"
A frase é comum no interior, dita por um autor desconhecido que talvez fosse mais provido de sabedoria que boa parte dos bípedes que caminham pelo Brasil em 2025.
De um lado, um Lula que acordou doze anos depois e decidiu que ainda é 2003. Vê inimigos em cada economista e traidores em cada ministro que lê gráfico.
Cobra juros baixos como se bastasse gritar, e vende promessas que até parte do eleitorado já não mais confia (vide índice de reprovação do mandato).
Do outro lado, Trump. A definição do sujeito turrão. Daqueles que se você pisa no pé — sem querer — e pede desculpa, ele pisa de volta mais forte. Esbarrou nele? Esbarrão devolvido imediatamente.
É a representação típica do valentão que todo colégio tinha. O problema é que goste você ou não, ele intimida — seja pelo histórico de brigas ou pelo próprio tamanho. No fim do dia, segue jogando o jogo que mais gosta: o dele mesmo.
Um jogo onde o objetivo não é negociar — é marcar território. Intimidação como marca pessoal.
Dessa vez não foi diferente… Depois de algumas indiretas proferidas do lado de cá, como uma moeda independente do dólar, um recado simples chegou em forma de tarifa: “Não ouse medir forças comigo e não mexa com meus amigos”.
Trump e Lula se odeiam ideologicamente, mas agem quase igual: falam demais, ouvem de menos e têm absoluta certeza de que estão certos.
Governar para eles parece que virou detalhe. O importante é vencer a narrativa e manter a pose — mesmo que ela só exista na cabeça deles.
Prato cheio para os internautas extremos, que usam os comentários no Instagram como fuga dos problemas complexos que não querem resolver, sempre chamados a opinar entre duas narrativas escritas por homens que não suportam ser ignorados.
É a política como ringue ou reality show.
Vence o mais maluco, ou melhor, o maluco e meio. Perde o sujeito normal. Aquele que só queria estabilidade pra abrir um negócio, planejar a semana, entender a regra de um imposto novo.
Perde o produtor de mel orgânico, localizado no município de Picos, a 314 km de Teresina, que, prestes a exportar 95 toneladas de mel, teve o seu pedido cancelado.
Permanece o Brasil de sempre: a “startup” que todo governo promete virar unicórnio em quatro anos, e quando dá errado, a culpa é do sistema, do investidor — ou da Faria Lima. Nunca das ideias ruins e da execução, que é pior ainda.
Todo domingo, uma carta aberta sobre o assunto que mais movimentou o país ao longo da semana.
TO GO

Imagens capturadas pela nossa redação
Quando bate aquela vontade de peixe fresco e aquele arroz perfeito que segura tudo sem desmontar, a pergunta é só uma: onde ir?
Quem vive (ou passa) por São Paulo tem uma grande sorte… A dica do nosso ‘onde ir’ de hoje pode te levar a viver uma verdadeira japanese experience — sem sair da cidade.
Mais especificamente no Itaim Bibi, você vai encontrar um restaurante respeitado e longevo — fundado em 1988 —, quando a comida japonesa ainda era concentrada quase exclusivamente no bairro da Liberdade.
O Kosushi foi um dos pioneiros em apostar em outros territórios da cidade e, hoje, três décadas depois, mantém todo o frescor que o consagrou — literalmente.
Quem comanda a cozinha é o chef George Yuji Koshoji, que aprendeu as técnicas da culinária japonesa aqui mesmo em SP — e depois foi ao Japão buscar o refinamento que hoje define sua assinatura.
Se você quer algo além do nosso paladar para te convencer: o restaurante foi reconhecido por cinco anos seguidos com uma estrela no Guia Michelin — ou seja, os peixes lá têm realmente tem algo especial.
O que pedir? Shokupan Toro, Hamachi Rice Pepper e berinjela defumada e recheada de atum fresco são alguns dos pratos que você não pode deixar de fora do pedido.
Kosushi
📌 Rua Viradouro, 139 - Itaim Bibi | São Paulo
⏰ 2ª a 6ª: 12:00 - 15:00 | 19:00 - 00:00
dom.: 19:00 - 23:00
OFERECIMENTO DE LITTLE BEAN
95% dos brasileiros consomem café tradicional ou extraforte diariamente.
O que a maioria não sabe é que essa categoria de café pode conter defeitos como grãos mofados, podres e até mesmo galhos e folhas.
E o mais surpreendente: isso não é ilegal!
Descubra seu novo café: sem impurezas, sem grãos queimados e com um sabor naturalmente doce.
Quem prova se apaixona. Little Bean: feito para beber sem açúcar.
CURIOSIDADE
+1.400 anos
Essa é a idade da empresa mais antiga do mundo ainda em atividade, chamada Kongo Gumi.
Especializada na construção de templos budistas, a Kongo Gumi foi fundada em 578 d.C e operou continuamente por mais de 1.400 anos.
Em 2006, a empresa foi adquirida por um grupo empresarial e continua operante.
ESPORTES

(Imagem: FIFA | Reprodução)
🏆️ Chelsea x PSG: Chega ao fim a final da Copa do Mundo de Clubes da FIFA, com o duelo de dois europeus. Depois do sucesso dos brasileiros, Brasil já se posiciona como possível sede da próxima edição;
🎾 Sinner x Alcaraz: Um mês depois de Roland Garros, os dois melhores tenistas do mundo voltam a se enfrentar em uma decisão. Dessa vez, em Wimbledon. O espanhol vem de 20 vitórias seguidas e Sinner quer seu primeiro título em Londres;
🇧🇷 Brasileirão de volta. Com alguns jogos já realizados ontem, o Campeonato Brasileiro entra em sua 13ª rodada. Flamengo lidera, Cruzeiro é o vice e Bahia é o 3º.
🇦🇷 Di María marca de pênalti em seu retorno ao futebol argentino. Atacante foi recebido por cerca de 48 mil torcedores na volta ao Rosario Central
TO EAT

(Imagem: Julia Gartland | Reprodução)
Domingo é o dia mundial do almoço tradicional. Família reunida, casa dos avós Particularmente, nossa editoria acha que isso já é o suficiente, mas como sempre tem quem quer mais…
Aqui vai uma receita menos tradicional para o seu domingo: Macarrão ao limone com camarão. Rende 2 porções generosas — ou uma com sobra pro jantar.
Você vai precisar de:
250g de massa longa (tipo linguine ou fettuccine)
200g de camarão limpo
1 limão-siciliano (raspas + suco)
1/2 xícara de creme de leite fresco
1 dente de alho
Azeite, sal, pimenta-do-reino
Parmesão ralado (quanto o seu coração mandar)
Modo de preparo:
Cozinhe a massa até ficar al dente. Guarde um pouco da água do cozimento.
Enquanto isso, aqueça um fio de azeite e refogue o alho picado. Adicione os camarões e tempere com sal e pimenta. Quando estiverem rosados, reserve.
Na mesma frigideira, adicione o suco e as raspas do limão, o creme de leite e uma concha da água do macarrão. Misture bem até virar um molho cremoso.
Junte a massa e os camarões ao molho. Mexa tudo com carinho.
Finalize com parmesão e mais raspinhas por cima.
TO WATCH
Ele fundou o WeWork, transformou em uma empresa bilionária, foi acusado de fraude e continua sentado na mesa dos maiores investidores do planeta.
Uma conversa aberta com Adam Neumann sobre como construir marcas icônicas.
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Aqui está tudo que você talvez tenha perdido essa semana. Um resumo das melhores matérias que publicamos nos últimos dias.
🎰 1/3 dos jovens brasileiros prefere apostar na sorte do que na educação
👴 Jovem de 22 anos tem, em média, a mesma testosterona que um idoso de 67 em 2000
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Em Por que nós dormimos, o neurocientista Matthew Walker revela tudo o que a ciência descobriu recentemente sobre o sono — e por que ignorá-lo é uma das piores decisões que você pode tomar.
Você vai descobrir porque acorda cansado, como os sonhos moldam sua mente e até por que cortar sono afeta até sua aparência…
Este livro não só te responde, mas te mostra como dormir pode ser o maior upgrade da sua vida.
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Nunca seja chato ou desinteressante, tenha sempre algo a acrescentar.
até amanhã!
