SUNDAY'S EDITION (28/12)

Bom dia! Chegamos ao último domingo do ano. Um bom momento de se lembrar que seu corpo e nem sua vida são definidos entre o Natal e o dia 31, mas ao longo dos outros 348 dias.

Um alento para os disciplinados e o terror dos desleixados. Ao invés de brigar com o que já foi, escolha ser melhor daqui pra frente. Há sempre uma nova oportunidade.

Nossa editoria também gostaria de agradecer essa audiência frequente e extremamente fiel dos domingos, que abraçou essa edição desde que começamos a escrevê-las em julho. Boas festas!

BIG STORY

Bicho de pelúcia virou coisa de adulto?

Imagine o quarto de alguém na casa dos vinte e poucos anos… A decoração, os objetos, os desenhos espalhados pelo espaço. Agora repare em um detalhe que parece fora de lugar: um ursinho de pelúcia. Pode soar estranho, mas não é incomum.

Nos últimos meses, imagens de jovens adultos exibindo pelúcias, bonecos Labubu e personagens “fofos” tomaram o TikTok e o Instagram. O que poderia ser visto apenas como trends com data de validade revela algo maior.

Um relatório recente da Circana mostra que 43% dos adultos no Reino Unido compraram brinquedos para si mesmos ou para outros adultos neste ano. Entre consumidores de 18 a 34 anos, esse número salta para 76%.

Na prática, adultos passaram a sustentar uma fatia relevante da indústria dos brinquedos, enquanto crianças trocam bonecas e carrinhos por telas e tablets.

Nostalgia como resposta ao caos

Segundo dados do GWI, 15% dos jovens preferem pensar no passado em vez do futuro, e quase metade demonstra apego emocional a referências culturais que antecedem o próprio nascimento. Os números ajudam a dimensionar esse movimento:

  • As vendas de discos de vinil cresceram, em média, 18% ao ano nos últimos cinco anos, e cerca de 60% dos jovens afirmam comprar discos, segundo o relatório Audio Tech Lifestyles, da Futuresource Consulting.

  • Em 2024, os vinis superaram os CDs e passaram a representar 76,4% das vendas de mídias físicas, consolidando o formato como um “novo velho hábito” entre consumidores jovens.

  • O mesmo acontece com tecnologias consideradas ultrapassadas: as buscas por câmeras digitais cresceram até 563% em 2024, com a Geração Z liderando esse resgate.

O que realmente é interessante: Mais do que consumo ou estética, tudo isso funciona como âncora emocional. Em contraste com uma vida hiperconectada e performática, o analógico passou a cumprir um novo papel: o de regulação emocional coletiva.

(Imagem: Getty Images)

O foco é desacelerar, criar pertencimento e recuperar algum senso de controle em meio ao caos.

Mas vai além da nostalgia… O fator “Rir para não surtar”

A Geração Z já ganhou o rótulo de the unserious generation. Mas o tom leve engana. Na prática, o humor vira um mecanismo de sobrevivência ou de fuga dos desafios da realidade — a velha lógica de rir para não surtar.

A ciência explica parte da história 🧠

Outro estudo recente da Universidade de Cambridge apontou que o cérebro humano permanece em “fase adolescente” até os 32 anos. É o período de maior eficiência neural, mas também de maior sensibilidade emocional.

(Imagem: Getty Images)

Ou seja, do ponto de vista biológico, muitos jovens adultos ainda estão consolidando identidade, vínculos e sensação de segurança, justamente em um mundo que oferece cada vez menos estabilidade.

Amor, trabalho e o medo de se comprometer

Esse atraso simbólico da vida adulta aparece também nos afetos. Noutra pesquisa, 75% dos jovens estavam solteiros e não se relacionavam durante a pandemia — um dado que ajuda a entender a ruptura afetiva que se consolidou nos anos seguintes.

Desde então, o termo burnout amoroso ganhou força, representando uma aversão aos aplicativos de namoro, medo de se apegar e uma vigilância constante sobre “red flags” e “icks”.

Relacionar-se virou um campo minado: muita expectativa, pouca entrega e alto custo emocional.

No trabalho e no dinheiro, a lógica é parecida. Dados recentes mostram isso:

  • 27% da Geração Z têm mais dívidas do que economias, reflexo de um consumo mais imediato e da descrença no longo prazo;

  • 58% dos jovens aceitam um emprego sem intenção de permanência;

  • 46% dos jovens concorda com a afirmação: “Não importa o quanto eu trabalhe, nunca serei capaz de comprar uma casa que eu realmente ame”.

Infantilização ou adaptação?

A geração claramente demonstra dificuldades de lidar com frustrações inevitáveis da vida adulta. Como consequência, surge esse “escapismo” da realidade, que se materializa através do consumo e dos comportamentos. O ursinho de pelúcia aos 20 e tantos anos é só a ponta do iceberg…

MANCHETES DO DIA
APRESENTADO POR ALPECIN
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EDITORIAL
“O que importa não é o que você faz entre o Natal e o ano novo, mas entre o ano novo e o Natal.”

Crescemos ouvindo essa frase nos almoços de fim de ano. À primeira vista, parece apenas um ditado bem-intencionado, quase automático, repetido entre sobremesas e brindes.

Mas ela carrega uma dualidade profunda: disciplina e desleixo.

Para quem atravessou o ano com constância — cuidando do corpo, das finanças, das relações — a frase soa como alívio. Uma confirmação silenciosa de que o caminho importa mais do que os tropeços ocasionais.

Para o oposto, para quem viveu de excessos e passou o ano buscando atalhos, soluções mágicas e recomeços imediatos, a mesma frase provoca desconforto. Ela expõe algo difícil de encarar: não existe compensação rápida para a ausência de direção.

De maneira quase mágica, essa época do ano revela uma verdade simples e incontornável: o que transforma não são os excessos pontuais, mas os hábitos repetidos.

Esse marco simbólico dos 365 dias, que chamamos de ano, é muito convidativo aos “balanços”.

Balanço patrimonial, balanço da sua saúde, do seu nível de alegria e também dos relacionamentos — sim, é um conselho óbvio, mas quem nos dera se tivéssemos feito o óbvio durante todo o ano.

Na figura de aluno, tire um tempo para olhar o que passou e nesse exercício, pense que você está sentado em uma cadeira de colégio, daquelas de madeira simples, com o local de colocar o caderno embaixo.

Não caia na armadilha de se projetar em um tribunal. É bom lembrar que o dia do juízo ainda não chegou pra você. O passado ajuda mais quando é professor, mesmo que muitos insistam em tratá-lo como juíz.

Uma dessas óticas forma caráter, ajusta direção e devolve clareza. A outra apenas paralisa, culpa e consome energia que deveria estar a serviço do futuro.

Diretamente do Chat GPT quando pedi uma frase de efeito que resumisse esses parágrafos: “O que passou só cumpre sua função quando se oferece como lição, não como sentença”.

Por isso, não adianta brigar com o que já foi. Isso já cumpriu seu papel: revelar quem você pode ser se não escolher ser melhor e aprender.

Não se engane, no entanto, com a ideia confortável de que “ainda há tempo de mudar” como se o tempo, por si só, resolvesse alguma coisa. O tempo não corrige rota — decisões fazem isso.

A escolha que importa é sempre a próxima, nunca a passada. Mais que justificativa, essa época do ano pede aprendizado.

Faça seu balanço. Ajuste o rumo. Uma virtude a mais, um vício a menos.

Que seu próximo ano não seja uma fuga do anterior, mas consequência do que você aprendeu com ele. A estrada segue. O que muda é a forma como você caminha.

Ah… Para fechar com mais uma clássica e clichê: “O ano não muda se você não mudar”. Boas festas!

SAÚDE
TO CLICK
CULTURA E ENTRETENIMENTO

Se 2025 foi um ano forte para os lançamentos cinematográficos, 2026 promete ser ainda maior. Entre dezenas de estreias anunciadas, alguns títulos já despontam como apostas quase certas de impacto.

A Odisseia

Christopher Nolan decidiu encarar o “filme impossível”: adaptar Homero com orçamento de blockbuster, elenco de gala e ambição épica — sem ironia. Orçamento de nada menos que US$ 250 milhões.

Depois de Oppenheimer, o diretor promete batalhas grandiosas, criaturas místicas e um espetáculo pensado para salas IMAX.

A Odisseia deve ser o grande evento cinematográfico de 2026. Dá para ter um gostinho com essas imagens dos bastidores.

Homem-Aranha: Um Novo Dia

Depois de Sem Volta Para Casa, a Marvel faz algo raro: diminui a escala.

Sem Vingadores e sem o multiverso como muleta, o novo filme aposta em um Peter Parker mais solitário, urbano e vulnerável. A presença do Justiceiro e do Hulk indica uma história mais pé no chão.

É uma tentativa clara de reconectar o personagem com quem cresceu junto com ele. Quase nove anos após sua primeira aparição em Capitão América: Guerra Civil (2016), aquele público já não é mais criança — e o filme parece saber disso.

O Diabo Veste Prada 2

Os anos 2000 não saíram mesmo de moda. A continuação de O Diabo Veste Prada chega em um mundo dominado por redes sociais, influenciadores e algoritmos.

Miranda Priestly agora precisa lidar com uma indústria da moda completamente transformada, enquanto Andy Sachs retorna em outro momento da vida.

É uma releitura sobre poder, imagem, trabalho e relevância em tempos digitais.

TO EAT

Agora não tem volta: o verão oficialmente está aqui. Esteja você na praia, na cidade ou no interior, sempre dá para criar um gostinho de férias. Esse bobó de camarão é reconfortante, brasileiro e mais simples do que parece.

Ingredientes:

  • 500 g de camarão médio, limpo

  • Sal e pimenta a gosto

  • Suco de 1/2 limão

  • 2 dentes de alho picados

  • 500 g de mandioca cozida

  • 1 vidro de leite de coco

  • 1/2 cebola picada

  • 2 colheres de sopa de azeite

  • 1 colher de sopa de azeite de dendê

  • 1/2 xícara de molho de tomate

  • Cheiro-verde a gosto

Modo de preparo:

Tempere os camarões com sal, pimenta, alho e limão e reserve. Bata a mandioca cozida com o leite de coco até formar um creme. Em uma panela, refogue a cebola no azeite, junte os camarões e deixe dourar rapidamente. Acrescente o molho de tomate, o creme de mandioca e o dendê. Cozinhe por alguns minutos, mexendo, até encorpar. Finalize com cheiro-verde.

Sirva quente, com arroz branco e uma boa farofinha para ao lado.

TO READ

Em 1965, o jornalista Gay Talese foi enviado para entrevistar Frank Sinatra. O problema: o cantor estava resfriado — e se recusou a dar a entrevista.

Neste livro, o autor parte de uma ideia simples e poderosa: é possível contar uma grande história mesmo quando o personagem principal não fala. É justamente essa ideia que transforma a reportagem em algo extraordinário.

A partir de observações, bastidores e relatos de quem orbitava Sinatra, o texto constrói um retrato profundo sobre poder, ego, fama e fragilidade.

RODAPÉ
SUNDAY'S (the news)

A edição de domingo do seu jornal favorito. Nunca seja chato ou desinteressante — ainda mais no almoço de família. Com essa leitura, você terá sempre algo a acrescentar no almoço de logo mais.

  • Sentiu falta do termômetro? É proposital. Domingo vai ser sempre diferente dos dias comuns da semana.

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bom domingo e até amanhã!